Perdemos Antonio Olinto. A língua portuguesa fica mais pobre, mais triste, menos poética. Nossa cultura se cala diante da partida desse filho da cidade de Ubá. Um mineiro que ocupava o cargo de ministro de Xangô - o mais velho Obá de Xangô do Ilê Axé Opô Afonjá – no terreiro liderado por mãe Stella de Oxóssi.
Olinto era filósofo, teólogo, além de profundo conhecedor das letras.Ele aproximava o jornalismo da história. A paixão que tinha pela África era o que me encantava na sua literatura. Disse em várias entrevistas que ao visitar o território africano pela primeira vez percebeu uma forte presença brasileira. Relatava sempre com bom humor, que ao retornar ao Brasil não podia negar mais a presença viva da cultura negra aqui. Adorava contar também que era conhecedor de muitos segredos dos roncós africanos (quarto sagrado onde se realizam rituais do candomblé).
Os livros de Antonio Olinto conseguem explicar esse tempero que o brasileiro herdou do povo africano. Ele descreve isso de uma maneira muito suave, emocionante! A trilogia A Alma da África me fisgou em 1987, quando li A Casa da Água me apaixonei pela maneira leve do escritor apresentar os conflitos de culturas e interesses. Em seguida li O Rei do Keto e depois O Trono de Vidro. Minha paixão pela obra de Antonio Olinto não acabaria jamais!
Comecei a conhecer e me interessar pela cultura africana através desse Mestre. Foram suas palavras devidamente ordenadas que me mostraram claramente as riquezas, a fé, a força desse povo tão presente na nossa formação. A cultura africana foi fundamental para a cozinha brasileira. Esse mineiro de Ubá foi fundamental para minha formação como Chef de Cozinha Brasileira. Antonio Olinto descanse nas pedreiras de seu protetor Xangô! Caô, Caô, Caô Cabecilê (Permita-nos olhar para Vossa Alteza Real).
domingo, 13 de setembro de 2009
Antonio Olinto me encantou com sua alma africana
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